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O desafio da maternidade

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 9 de mai. de 2019
  • 2 min de leitura

Grande parte do nosso comportamento, jeito de ser e forma de manifestar emoções deriva da maneira como fomos criados pelos nossos pais. Nossa criação influencia diretamente na formação da nossa personalidade e no nosso desenvolvimento desde a infância até a fase adulta. Nesse contexto, o papel da mãe é fundamental e os impactos são amplamente sentidos, tanto para os aspectos positivos, quanto para os negativos. Certas formas de agir da mãe desencadeiam reações nos filhos, como por exemplo: uma mãe quando é muito crítica costuma formar filhos inseguros, com sensação de inadequação, tímidos, com autoestima baixa e sensação de menos valia. A crítica da mãe direcionada ao filho nem sempre é percebida como algo tão nocivo. Na maioria das vezes, ela tem conotação de educação. Dentro dessa crença, algumas mães, são bastante severas e sem perceber, acabam apontando imperfeições nos filhos. A severidade na crítica castra e espontaneidade e cria um constante clima de medo. Vale lembrar que a saúde emocional da mãe também é a saúde emocional do filho. Uma mãe depressiva, por exemplo, perde a vivacidade e energia que a maternidade exige. Isso porque a depressão traz consigo muito mais que tristeza, traz também irritabilidade, ansiedade, desanimo, mau humor, negatividade, entre outros problemas psíquicos e físicos. A depressão gera na mãe uma oscilação emocional que fica entre a incapacidade emocional e a culpa de não estar sendo boa o suficiente. A carga emocional acaba sendo transmitida ao filho.

Vale lembrar que a saúde emocional da mãe também é a saúde emocional do filho. ​Uma mãe depressiva, por exemplo, perde a vivacidade e energia que a maternidade exige

Dessa forma, o filho acaba desenvolvendo uma autocobrança excessiva se imputando o papel de cuidar do outro. Acabam puxando muita responsabilidade para si acreditando ser de sua responsabilidade o papel de por fazer tudo funcionar bem. Aprendem a doar ilimitadamente e sentem enorme dificuldade em receber. Algo parecido ocorre quando a mãe é ansiosa e sem paciência com as demandas do filho. A ansiedade gera um desequilíbrio que acaba desaguando numa ausência emocional. Toda essa irritabilidade, fruto da ansiedade, acaba deixando claro, numa linguagem não verbal, que ser mãe é um fardo pesado. E, claro, que essa carga acaba sendo sentida pelo filho que, por sua vez, se sente culpado. Com isso, acabam desenvolvendo um medo irracional da rejeição. Devido a tamanha responsabilidade na formação do equilíbrio psíquico do filho, o psicanalista Donald Winnicott escreveu sobre o comportamento da mãe que ele considerava a ideal. Foi aí que cunhou o termo “mãe suficientemente boa”, e estimava que apenas 10% delas conseguiam atingir essa marca. A mãe sobre a qual ele faz referência está sempre comprometida com a maternidade, deixando ao filho a sensação de acolhimento, proteção e alegria. Tem uma percepção aguçada que a permite atender às necessidades do filho e desenvolver seu “self” desde a infância. Os filhos tendem a ser indivíduos independentes, seguro de si, com boa autoestima, inteligência intrapessoal e rápida cicatrização emocional.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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