Estresse profissional, a doença da atualidade
- Simone Demolinari
- 30 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Uma notícia que repercutiu na mídia essa semana foi a inclusão, pela Organização Mundial de Saúde, do esgotamento profissional, na Classificação Internacional de Doenças (CID), que lista enfermidades e estatísticas de saúde. A entidade descreve esse esgotamento como síndrome de “burnout”: stress crônico que decorre do trabalho. O termo se refere apenas ao contexto profissional. O estresse por outras causas – como problemas financeiros ou familiares – não está incluído. O termo “burnout” vem do inglês e significa algo próximo a “queimar por completo”. Mas isso não é novo. Antigamente esse problema já existia com o nome de “estafa” – era quando uma pessoa chegava a uma condição de adoecimento pelo excesso de trabalho. Os dados são alarmantes. Segundo pesquisa recente feita pela Isma–BR (representante da International Stress Management Association), 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse. Desse total, 32% sofrem burnout e 92% deles continuam trabalhando por medo de desemprego. Alguns sintomas podem sinalizar a doença ou o prelúdio dela: – Sensação de que tudo é desgastante, difícil e complicado; – Perda de vigor físico; – Baixa imunidade e adoecimento constante; – Cansaço crônico; – Intolerância e agressividade na fala; – Isolamento social, recusa à socialização, evitar eventos familiares; – Fuga no abuso de álcool, droga, sexo ou comida – Perda do senso de humor apresentando intolerância a piadas e brincadeiras; – Evitar o contato pessoal dando prioridade à mensagens por escrito ou e–mails; – Lapso de memória; – Dificuldade de concentração; – Manifestação de alguma doença psicossomática; – Sensação constante de angústia, desesperança e exaustão; – Manifestação de sintomas de depressão: desde agitação até apatia; As pessoas mais propensas a adquirem essa síndrome são aquelas que: – A vida profissional significa praticamente a única atividade da vida; – Sacrificam lazer, esporte e vida social em nome do trabalho; – Guardam tudo para si e tentam evitar o conflito através do silêncio; – Sentem dificuldade em delegar e tendem a fazer tudo sozinho; – Vinculam a autoestima pela atividade profissional; – Seu nível de exigência é tão elevado que acabam considerando a maioria das pessoas incompetentes; – Possui um traço de personalidade obstinado e controlador A Síndrome se desenvolve lentamente num processo difícil de ser percebido. Aos poucos, o indivíduo vai adquirindo alguns sintomas, mas passa a considerá–los parte de uma condição normal. É importante ressaltar que uma jornada de trabalho regular, por si só, não causa a doença, porém, os afetados pelo burnout, ultrapassam o limite do estresse tolerável e essa sobrecarga leva seu organismo ao colapso. É preciso estar atento ao corpo e não dar a carreira profissional mais importância que a saúde física e mental.




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