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Perguntas feitas por leitores, ouvintes e seguidores

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 13 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

No artigo da semana passada escrevi sobre as dúvidas mais recorrentes no consultório de psicanálise. Nesta semana, solicitei ao público que enviasse algumas perguntas e irei, através de algumas reflexões, tentar respondê-las. 1- Como superar uma perda mais rápido? Não somos preparados para lidar com a ruptura, mesmo sabendo da instabilidade da vida. Nos sentimos desolados quando perdemos o emprego, a saúde, o casamento ou um ente querido. O luto é um processo dolorido e solitário que dura em torno de um ano – tempo suficiente para passar todas as datas comemorativas que trazem intensa lembrança. Exigir de si uma recuperação urgente pode ser um erro que prorroga ainda mais o processo de cicatrização da dor. 2- Porque tenho tendência a gostar de quem não gosta de mim? Algumas pessoas são movidas por desafios, por isso sentem-se atraídas pela conquista, sobretudo as difíceis. Querem extrapolar o nível máximo da competição e chegar onde ninguém chegou. Muitas vezes, o interesse se intensifica quando encontra o desprezo. O desdém alheio estimula o desafio porque é entendido como uma afronta ao ego: “Como alguém ousa não gostar de mim”? Nessa hora, a conquista vira uma questão de honra. Um comportamento tipicamente imaturo, tendo em vista que é guiado pela vaidade. A frase de Cazuza se faz apropriada: “O seu amor é uma mentira que a minha vaidade quer”. 3- Por que eu só ando para trás? Existem pessoas que se autodestroem por, inconscientemente, não se acharem merecedoras. Destroem a felicidade, se sabotam e são seus próprios algozes. Vivem guiadas pelo princípio do prazer; com isso se tonam procrastinadoras, empurram a obrigação o máximo possível, adiam prazo, prorrogam compromisso, deixam para o último minuto o que poderiam ter feito com antecedência. Fazem gol contra a maior parte do tempo. Aparentemente são felizes, mas no fundo estão muito insatisfeitas com suas condutas autodestrutivas. A mudança ocorre através da disciplina e da maturidade emocional, que trazem à consciência a importância de abrir mão do prazer imediato para ganhar lá na frente. 4- Como lidar com quem não tem empatia? Ser empático é se transportar para a pele da outra pessoa e entender a situação vivida por ela. Não é para qualquer um. Implica em saber ouvir, se esforçar para compreender os problemas, as dificuldades e as emoções do outro. É a visão a partir do referencial alheio e não do “EU”. Portanto, empatia e egoísmo não coexistem. A falta de empatia leva uma pessoa a acreditar que está sempre certa enquanto os outros estão todos errados. Uma arrogância que impede o acesso à autocrítica. Ou seja, um problema difícil de ser solucionado. A empatia é a base de uma relação saudável. Conviver com quem não estabelece vínculo empático é dolorido, desgastante e pode ser um assassinato lento à autoestima.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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