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A educação pelo exemplo

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 8 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

A forma de educar os filhos mudou muito. Antigamente, ao pai era atribuída exclusivamente a responsabilidade de garantir o sustento, enquanto a mãe cuidava sozinha da casa e dos filhos. Dessa forma, era bastante comum não acompanhar de perto a criação, não participar das apresentações escolares, de consultas ao médico e não saber nada sobre o dia a dia. O pai era aquela figura distante, que só aparecia quando precisava mostrar autoridade. Tal papel fazia com que os filhos sentissem verdadeiro medo dele. Nos anos 80, o mercado publicitário lançou uma campanha que ficou famosa pelo slogan: “Não basta ser pai, tem que participar”. Um bordão cujo mote era chamar a atenção para a importância da presença paterna na criação dos filhos. De lá para cá, muita coisa mudou. E mudou para melhor. Os pais, antes distantes, autoritários e secos, foram ficando cada vez mais próximos, presentes e carinhosos. Embora nos dias de hoje ainda encontremos a figura do pai “durão”, ela parece estar em desuso, dando lugar a um pai cada vez mais amoroso. Isso é muito benéfico, pois, é através da figura paterna atuante que a criança se conecta de forma mais segura com o mundo e desenvolve respeito às regras. O papel do pai é fundamental, tanto para formação da personalidade, quanto moral e emocional. Mas como quase tudo na vida, o equilíbrio é que determina o êxito. Muitos pais, por medo de repetir o modelo autoritário que receberam na infância, acabam se tornando o extremo oposto na hora de educar seus filhos e vão para o lado oposto: o da superproteção e permissividade excessiva. Erram por medo de errar. Acabam protegendo e mimando demais os filhos e isso pode ser o ambiente perfeito para o desenvolvimento da popularmente chamada “Síndrome do Imperador”. Crianças “imperadores” são aquelas mandonas, ditadoras e exigentes, que determinam, através do seu comportamento tirano, os padrões de comportamento da casa. Impõem as regras que todos deverão seguir. Escolhem a comida, o canal da televisão, onde a família irá passar férias, a hora que vai dormir, etc. Se seus caprichos não forem cumpridos, fazem birras, se comportam de maneira inadequada ou até agridem. Uma questão que deve ser considerada é que os filhos não aprendem através do que é falado, mas sim do que é praticado. Daí a importância de as ações dos pais estarem sempre alinhadas a seus discursos. A transmissão de valores acontece no dia a dia, já que conceitos teóricos como ética, respeito ou honestidade podem ser muito abstratos para as crianças. Dessa forma, a melhor forma de passar os princípios desejados pelos pais é na prática. Exemplos como falar a verdade, respeito ao próximo, docilidade, hábitos de alimentação, leitura, esporte, são largamente copiados pelos filhos. Como bem nos lembra Madre Tereza de Calcutá: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta. Não se preocupe se seus filhos não te escutam, mas saibam que eles te observam todo o dia”.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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