A influência da família na nossa saúde mental
- Simone Demolinari
- 26 de set. de 2019
- 2 min de leitura
O ambiente familiar é muito importante para nossa formação física e psíquica. É junto à família que formamos nosso código interno de conduta, freios morais e equilíbrio emocional. Absorvemos comportamentos vindos do meio de forma consciente e inconsciente. Somos, em grande parte, espelho do que vivemos.
Nem sempre conseguimos avaliar de forma honesta nosso ambiente familiar. Somos acometidos pela culpa, que, muitas vezes, nos impede de ver a realidade como ela é. Nos apegamos ao que gostaríamos de ter, ora criando uma verdade paralela, ora nos enganando.
Mas ofuscar a realidade não faz com que o problema desapareça, apenas o maquia. É como um photoshop. Engana, mas prende o indivíduo à ilusão de si mesmo.
Existem vários tipos de famílias, mas as que causam danos são aquelas de estrutura doentia. E não me refiro a um modelo clássico de doença – na maioria das vezes, o problema ocorre de maneira sutil.
Alguns exemplos:
1- Ambiente familiar superprotetor: Há famílias que educam seus filhos de forma superprotetora. Preferem pecar pelo excesso do que pela falta. Mas, nesse caso, o excesso causa mais dano, pois castra e limita o desenvolvimento do filho, deixando-o dependente. Pais superprotetores justificam seu comportamento alegando zelo. Mas há um componente inconsciente na superproteção que é o egoísmo. Filhos “sem asas para voar” continuam presos aos pais.
2- Ambiente familiar de crítica: Há famílias que criam seus filhos criticando, apontando s defeitos e ressaltando imperfeições. Acreditam que através da crítica conseguirão estimular seu desenvolvimento. A crítica pode ocorrer de forma direta ou então por comparações, insatisfações, lamentações. Seja qual for a forma, a crítica nunca traz bons resultados. Acabam deixando fortes impactos emocionais, formando filhos inseguros, autocríticos, tímidos, com autoestima baixa e sensação de menos valia. Viram adultos com receio do julgamento e necessidade de ser aceito.
3- Ausência de acolhimento emocional: Percebemos o amor através de dois componentes fundamentais: um objetivo e o outro subjetivo. O primeiro tem a ver com a parte prática da vida: cuidados básicos, apoio financeiro, assistência, etc. Já o segundo é percebido de forma particular através do acolhimento - me sinto acolhido quando o outro me compreende através da minha ótica e consegue me proporcionar sensação de aconchego. Para nos sentirmos completamente amados é preciso a existência dos dois componentes. Apenas um não basta. Na infância não temos a consciência disso, afinal, enquanto crianças, recebemos o que precisamos. Com o passar do tempo, nossas necessidades deixam de ser apenas as básicas. Queremos mais. Queremos ser ouvidos, acolhidos, apoiados, reconhecidos. Mas nem sempre encontramos esse amparo na família. Muitas vezes temos pais e irmãos biológicos, mas não necessariamente emocionais. Essa sensação de amor a meio mastro prejudica sobremaneira a formação do amor próprio.




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