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A origem do complexo de inferioridade

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 31 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

É chamado de complexo de inferioridade o sentimento que uma pessoa tem quando se sente “menos” em relação a outrem. Uma sensação mais comum do que imaginamos e pode ser analisada a partir de algumas vertentes:


– Criação: a forma com que fomos criados é determinante para a formação do nosso juízo de valor. Quando há um padrão muito alto a ser atingido e a criança não consegue êxito, gera-se uma sensação de fracasso e isso poderá será registrado como incapacidade. Ambiente familiar de comparação entre irmãos, deixando a impressão de que um é melhor que o outro; disputa dentro de casa; expectativa alta dos pais em relação aos filhos, gerando uma carga emocional para eles; pais que escolhem a profissão dos filhos; vida religiosa com premissas punitivas, fazendo com que a criança cresça sob o viés da culpa.


– Condição física: crianças que apresentam alguma característica diferente das demais acabam sofrendo algum tipo de preconceito decorrente disso.


– Limitação mental: quando a criança é colocada de forma comparativa ou sofre punição pela própria condição, acaba-se gerando sentimento de inferioridade.


– Preconceito social: ocorre quando há algum tipo de exclusão em função da condição financeira, religiosa, racial, etc.


– Sensação de não ser amado: quem não se sente amado acaba se tornando incapaz de amar a si mesmo e de confiar no próprio potencial. Consequência disso é uma sensação de menos valia que faz com que o indivíduo, na vida adulta, se submeta a condições abaixo do seu merecimento.


– Cobrança autoimposta: quando há, desde cedo, uma autoexigência seguida de insatisfação com o resultado alcançado.

Como consequência do complexo de inferioridade temos:


– Dificuldade de acreditar em si; insegurança

– Achar que as outras pessoas agem de forma melhor

– Acreditar que não está pronto o suficiente para determinada tarefa

– Hábito de se comparar com os outros

– Busca constante por reconhecimento

– Tendência a interpretar situações contra si

– Competitividade alta

– Discurso de autoafirmação

– Perfeccionismo aguçado

– São críticos e ao mesmo tempo que não toleram ser criticados

– Excesso de preocupação com a opinião alheia (imagem)


– Necessidade de ser superior (consciente ou inconsciente). O complexo de inferioridade curiosamente anda de mãos dadas com o “complexo de superioridade”.


Com todo esse cenário, fica uma dúvida: é possível se livrar disso, tendo em vista que foram sentimentos implantados na infância? A resposta: sim, é possível. Mas, para isso, é preciso fazer um “up date” emocional. Ou seja, atualizar as premissas psíquicas para não levar para a vida adulta conceitos inadequados introjetados na memória infantil. É preciso adequar a idade emocional à idade cronológica. Um processo difícil, porém possível e de ótimos resultados. Aos menos resistentes, a terapia é muito bem-vinda.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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