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Como lidar com o sofrimento

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 1 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

Um aspecto importante e que não pode ser subestimado são as questões que nos causam dor. Estas podem surgir de perdas, luto, desentendimentos, privações, depressões ou até sem motivos específico, como as angústias eventuais de causas subjetivas. Mas mais importante que os sofrimentos que a vida forçosamente nos impõe é a nossa capacidade de superá-los e deles retirar aprendizados.

Quando saímos de uma questão que nos aborrece, queremos logo virar a página, esquecer o fato e, de preferência, nem falar mais sobre o assunto. Mas enterrar o problema sem passar a limpo a lição pode ser um convite à reincidência no mesmo obstáculo. É sempre bom refletir as questões que nos aborrecem. Mas para que essa reflexão seja honesta é preciso uma boa dose de autocrítica e assumir a parcela de responsabilidade que nós próprios tivemos. Porém, como mecanismo de defesa, tendemos a ter mais facilidade de julgar o outro do que a nos mesmos. Quando agimos assim, impossibilitamos o crescimento emocional. Este só ocorre quando avalio o meu comportamento. Algumas perguntas podem ajudar nesse sentindo: “O que me levou a agir assim? “Quais as minhas limitações para lidar com esse tipo de problema? “Como poderia ter agido para minimizar os impactos do sofrimento? “Alguma ação minha evitaria esses transtornos? Cada vez que nos autoavaliamos e corrigimos nosso comportamento, seguimos rumo à nossa evolução emocional. Nessa caminhada, cada um tem um ritmo diferente. Aliás, somos diferentes em quase todos os aspectos da nossa constituição física e psíquica. As variações da inteligência são enormes e também as relacionadas à agressividade, intensidade dos medos e capacidade de lidar com eles. Não seria justo, portanto, dizer a uma pessoa que ela está sofrendo por uma “bobagem”. O que é pequeno para um, pode ser grande para o outro. Subestimar a dor alheia não é sinônimo de ajuda e sim de falta de empatia. Temos, sim, dever e obrigação, em nome do nosso próprio bem-estar, de tentar nos livrar o mais rápido possível das nossas dores, mas isso não significa não senti-las. Algumas pessoas fazem isso com mais facilidade, já outras se “apaixonam” pelo problema e pensam nele de forma recorrente e obsessiva. Silenciam a palavra, mas a mente segue tagarela. Do ponto de vista prático, podemos classificar os sofrimentos em produtivo e improdutivo. Os produtivos são os inevitáveis, como a abstinência para deixar um vício, um tratamento para restaurar a saúde, a ausência do filho que mudou de cidade em busca de melhores condições de vida, privações financeiras para um bem maior, autocrítica, etc. Em todas essas questões há oportunidades para avançarmos emocionalmente. Já os sofrimentos improdutivos derivam de questões que estão fora do nosso controle, como por exemplo o comportamento oportunista de algumas pessoas, o transito caótico, algo ofensivo dito por outra pessoa, divergências de pensamentos, etc. Dada a brevidade da vida, é importante tentar não prolongar nada além do que é produtivo.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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