Comunicando-se melhor com os filhos
- Simone Demolinari
- 10 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Precisamos pensar seriamente a forma de educar as crianças, uma vez que é na infância que se estabelecem os processos emocionais que irão nos acompanhar a vida inteira. Algumas questões precisam ser consideradas, tais como:
1 – Tente evitar sentimentalismo na abordagem com o filho. Usar a chantagem emocional, além de ineficaz, estimula o sentimento de culpa. Frases do tipo: “trabalho duro para te dar o melhor”, “na sua idade eu não tinha nada e você tem tudo e não dá valor”, “você tem coragem de fazer isso comigo?”. Esse tipo de frase não cria consciência na criança, mas deixa claro que ela é um ônus.
2 – A ameaça é outra questão que merece ser evitada na comunicação com os filhos. Dizer “você vai ver só quando chegar em casa” não é eficaz e cria um clima de tensão e medo. Ao invés de ameaçar, é mais pedagógico tomar medida de ordem prática e deixar claro o motivo que levou a isso.
3 – Muitas vezes, os pais ficam tão estressados que aproveitam a bronca para dar uma lição de moral. É preciso saber que a capacidade da criança de prestar atenção é pequena e limitada. Portanto, estender a fala além do necessário é improdutivo e cansativo.
4 – Uma questão muito importante é evitar falar características que desmerecem a criança, por exemplo: “você é muito teimoso”; “você é desorganizado”; você é estabanado” etc. Isso só reforça a condição de menos valia. Igualmente prejudicial é falar da criança para outra pessoa, na frente dela. É comum os pais levarem o filho ao médico e afirmarem na presença dele: “meu filho é muito nervoso”; “está com muita dificuldade de aprendizado, é o mais atrasado da sala”. Não é recomendável afirmar uma qualidade que não existe, mas nem por isso é preciso expor a criança.
5 – Ao elogiar, é importante fazer de forma pontual, sem estimular a vaidade ou a competitividade. É bom evitar qualquer tipo de comparação. Na infância, a criança está criando a autoimagem, é importante que ela não fique distorcida.
6 – É bom deixar estabelecido para a criança que a ordem da casa vem dos pais para os filhos, e não o contrário. Proteger e mimar demais os filhos pode ser o ambiente perfeito para o desenvolvimento da popularmente chamada “Síndrome do Imperador”. Crianças “imperadoras” são mandonas, ditadoras e exigentes. Determinam, por meio do comportamento tirano, os padrões de comportamento da casa. Impõem as regras que todos deverão seguir. Escolhem a comida, o canal da televisão, onde a família irá passar férias, a hora que vai dormir, etc. Se seus caprichos não forem cumpridos, pegam birras, se comportam de maneira inadequada ou até agridem. É importante impor limites.
7 – É bom evitar a problematização. Muitas vezes o filho não está com um problema de fato e sim passando por uma fase de mudança e adaptação. Isso não significa que ele está com depressão e precisa de acompanhamento psicológico. É preciso ficar atento às necessidades do filho com amor e disciplina. Como nos lembra o filósofo Aristóteles: “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”.




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