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Convívio social prazer ou sacrifício?

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 21 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

O fim de ano traz festividades e confraternizações. E cada vez mais ouço queixas sobre a dificuldade em participar desses eventos. De fato, a algumas festas vamos por formalidade e não por prazer. Contudo, há pessoas que sentem um desconforto tão grande que extrapola o usual. Nesse caso, vale a pena investigar as possíveis causas do isolamento social. - Fobia social: Fobia é um medo irracional. Consideramos um indivíduo fóbico quando o mesmo tem postura evitativa em praticamente todas as situações que exijam exposição social, como festas, restaurantes, eventos e até lazer. O incômodo surge até em atividades rotineiras como entrar em lojas, ir a shopping center, supermercado ou andar na rua. O sofrimento provoca constantes pensamentos catastróficos, onde vislumbra situações ameaçadoras ou negativas. O estresse é tão grande que chega ao ponto de se manifestar fisicamente, por meio de taquicardia, sudorese, tremor, respiração ofegante. Uma espécie de estado de alerta pela iminência de algo grave. Devido a todo esse sofrimento, muitos indivíduos acabam se isolando e levando uma vida com limitações. - Agorafobia: É o medo de espaços abertos ou de multidões. Muitas vezes é associada à síndrome do pânico, pois ambas têm sintomas parecidos. O agorafóbico teme lugares afastados e multidões por receio de que não consiga chegar a tempo ao banheiro, hospital ou obter socorro caso venha a se sentir mal. - Timidez: É um medo menor que a fobia, mas também prejudica a qualidade de vida. Trata-se de uma vergonha que inibe o indivíduo de interagir ativamente como ele gostaria. A timidez deriva do julgamento, de ser alvo de deboche, de ironias, críticas e rejeição. O tímido teme não agradar, não ser bem visto e muitas vezes se sente inadequado. Se acha inferior, embora saiba racionalmente que não é.

​- Misantropia: Algumas pessoas não são tímidas nem fóbicas, mas se irritam muito com as outras; sentem raiva de gente. Tomam raiva de quem nem conhecem, antipatia gratuita de quem nunca viram e não fazem questão de conhecer ou interagir com ninguém. Os misantropos não gostam da companhia de outros humanos talvez porque, ao longo da vida, foram vítimas de situações que geraram traumas e isso acabou fazendo com que eles perdessem o prazer de se relacionar. A preferência por contatos virtuais não configura misantropia, e sim a falta de inteligência interpessoal (habilidade para lidar com pessoas). Virtualmente fica mais fácil administrar a conversa. - Natureza solitária: Este isolamento não tem ligação com fobia, raiva das outras pessoas da mesma espécie e tão pouco com a incapacidade de lidar com pessoas. Certas pessoas apenas evitam o convívio com as demais por falta de prazer nessa atividade. Com isso, desenvolvem uma riqueza interior capaz de suprir a companhia das outras. Vivem muito bem consigo próprias e em meio a livros, filmes e outras atividades prazerosas. Não há nada de errado nisso. São felizes assim.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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