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Humildade, diligência e paciência

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 2 de jan. de 2020
  • 2 min de leitura

Temos muito o que avançar no que diz respeito à inteligência intrapessoal (domínio das próprias emoções). Tentamos agir racionalmente, mas parece que somos guiados por uma espécie de piloto automático: reagimos imediatamente ao estímulo, muitas vezes, sem pensar.


Essa reação nem sempre é expressada. Em muitos casos, o turbilhão é interno. No intuito de tentar trazer serenidade e equilíbrio para nossa vida, o desenvolvimento de algumas competências se faz necessário. A meu ver, três delas são fundamentais.


Humildade: se opõe ao orgulho. Um indivíduo verdadeiramente humilde tem ciência da sua limitação. Sabe que a arrogância corresponde a um grande equivoco. Os arrogantes, dificilmente, se veem assim; se consideram humildes, mas suas atitudes são autoritárias, inquestionáveis e dificilmente se interessam pelo que o outro diz. Se preocupa mesmo em derrubar o argumento ao invés de respeitá-lo.


A humildade corresponde a um estado psíquico em que o indivíduo tem grande disposição para ouvir e aprender. Os humildes são eternos aprendizes. Seguem dispostos a trocar suas ideias quando outras lhes parecem mais adequadas. Já o orgulhoso sente grande dificuldade em assumir seus erros, pois no fundo considera-se perfeito.


A humildade não tem a ver com submissão e sim com o controle da vaidade. É o reconhecimento da nossa pequenez.


Diligência: Se opõe à preguiça. Corresponde à disciplina, persistência, força e determinação com que o indivíduo conduz as atividades da sua vida.

Uma queixa recorrente, que parece ser o mal-estar atual, é a procrastinação: deixar as coisas para última hora e resolvê-las em tempo recorde e sob a pressão do estresse, muitas vezes sacrificando sono, refeição, lazer e a qualidade de vida.


Aquele que vive procrastinando perde o domínio sobre si e não admira a própria conduta. Com isso, acaba tendo um péssimo juízo de valor a seu respeito; sente-se meio preguiçoso e irresponsável, mesmo que no final a tarefa seja concluída.


Através da diligência é possível mudar o mau hábito de procrastinar e adquirir o bom hábito da disciplina. Para isso é importante assumir o compromisso contínuo de cumprir o prazo estipulado sem aceitar justificativas. A cada vitória, o novo hábito é consolidado.

Paciência: se opõe à ira. O paciente é manso e por isso passa a impressão de ser fraco. Já o impaciente é nervoso e passa a impressão de ser forte.


Este, o sem paciência, no fundo é o verdadeiro fraco, visto que não consegue controlar as próprias reações; segue comandado pela raiva e não tem controle sobre si. Já o paciente, aquele que parece “bobo”, é realmente forte, pois consegue resistir ao quase insuportável procurando resolver os conflitos através do entendimento e não da agressividade. A paciência é força revestida de suavidade.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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