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Você cuida bem de si mesmo?

  • Foto do escritor: Simone Demolinari
    Simone Demolinari
  • 14 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

Devemos a nos mesmos igual ou melhor tratamento que damos aos outros, mas, na prática, nem sempre isso ocorre. Muitas vezes, priorizamos outras pessoas em detrimento de nós mesmos. Isso fica claro quando nos deparamos com a dificuldade em falar “não”, quando omitimos nossa verdadeira vontade para não desagradar o outro, entre outras coisas.


Se avaliarmos criteriosamente nosso comportamento, corremos risco de concluir que, em determinado aspecto, somos nosso pior inimigo. Mas nem sempre temos essa consciência. Acreditamos que esse é nosso “jeito” e temos que lidar com isso. Na verdade, é preciso separar o que é, de fato, um jeito de ser e o que é autossabotagem.


Nosso “jeito de ser” nunca será contra nós, já a autossabotagem, sim. Alguns exemplos:


1- Perder prazo: deixar vencer prazos, prorrogar, perder de novo, até não conseguir mais recuperar. Isso faz com que a pessoa perca não só o prazo como também a credibilidade, oportunidade, diploma, carteira, receita, etc. Quem age assim não consegue explicar tal comportamento, simplesmente vê o tempo passar e não reage.


2- Não terminar o que começou: deixar as tarefas inacabadas e pensar nelas todos os dias, mas sem agir.


3- Medo: muitas pessoas deixam de fazer o que querem por medo. Medo do ridículo, do julgamento alheio, medo do fracasso, da crítica. O medo estimula a postura evitativa que sabota, inclusive, a oportunidade de tentar.


4- Fazer o contrário do que deve ser feito: Quando a autossabotagem é grande, não basta não fazer, é preciso fazer o contrário. Ao invés de economizar, gasta mais; quando precisa acordar cedo, sente mais sono; quando começa a dieta, come o dobro. Uma postura diametralmente oposta àquilo que se deseja.


5- Indisciplina: Pessoas com tendência a se boicotar geralmente são indisciplinadas. Se rendem facilmente a prazeres momentâneos em detrimento da meta maior. São imediatistas e procrastinadoras. Vivem o hoje e resolvem o amanhã. Com isso, seguem em débito com aquilo que se propõem a fazer.


Freud fala desse tipo de comportamento em um artigo intitulado: “Os que Fracassam ao Triunfar”. Nele, descreve as pessoas que possuem um estranho medo do sucesso e por isso sentem até um certo alívio quando o que está fazendo dá errado.


Esse medo é também chamado de “medo da felicidade”, tem a ver com a sensação de iminência de tragédia e mantém uma correlação direta com a nossa tendência autodestrutiva aliada à necessidade de controle: “já que as coisas podem dar erradas, deixa que eu mesmo as estrago”. Como se não se sentisse merecedor.

 
 
 

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Psicoterapeuta com formação em Psicanálise Clínica e Mestrado com linha de pesquisa em Anomalia Comportamental pelo ISCTE / Fundação Getulio Vargas.
Articulista do Jornal Hoje em Dia e Revista Exclusive.
Desde 2010 está no ar diariamente na rádio 102,9 FM; e desde 2014 semanalmente na 98 FM falando sobre comportamento.

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